Todas as quartas-feiras, às 20h, um grupo de estudantes da rede pública de ensino e de pré-vestibulares populares tem se reunido online para participar das oficinas gratuitas sobre produção de conteúdos audiovisuais, gráficos e sonoros com uso de mídias digitais. Poli.lab é o nome do projeto do CECIP que tem lançado essas oportunidades. A iniciativa acontece em parceria com o Instituto Idajo-JNLG, que atua no acolhimento e preparação de homens e mulheres negras para inserção nos espaços jurídicos de poder e influência na sociedade brasileira, como estratégia de combate ao racismo estrutural.
“A formação é um convite a experimentações imagéticas e artísticas para a construção de projetos na web, com pitadas sensíveis e poéticas que se relacionam com o olhar e vivência dos seus criadores. Um dos encontros, por exemplo, foi voltado para os elementos da linguagem fotográfica no celular, orientada pela fotógrafa Clara Días Nascimento, que tem um trabalho dedicado à valorização das religiões de matriz africana”, afirma Noale Toja, coordenadora pedagógica do CECIP, acrescentando que o resultado dessa oficina fará parte de peças gráficas criadas no encontro de hoje, 17, com a designer Luciana Perpétuo.
As atividades do Poli.Lab orientam-se pela metodologia conhecida como Aprendizagem por Projetos – em que os conhecimentos e conteúdos são acessados à medida que os participantes planejam e executam uma realização concreta (projeto, evento, campanha). As oficinas são mediadas por pesquisadores e profissionais das áreas de comunicação popular, jornalismo, cultura, educação, direitos, arte e mídias/redes sociais.
O CECIP tem como uma de suas linhas de trabalho a Educação para Cultura Digital. Um de seus cases é a Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia e o Oi Kabum! Laboratórios de Cultura Digital, que proporcionou formação artística multimídia para cerca de 2000 jovens de baixa renda, residentes em favelas e periferias do Rio de Janeiro.
Além disso, a escuta ativa, o diálogo e a interação, princípios preconizados pelo educador Paulo Freire, estão presentes em todos os projetos do CECIP, que há 35 anos trabalha com facilitação de mudanças sociais e educacionais.