Na história

TV Maxambomba

Veja aqui o banco de dados da TV MAXAMBOMBA!

Durante 16 anos (1986-2002), a TV Maxambomba conduziu na Baixada Fluminense atividades inéditas de TV comunitária, mobilizando os moradores para se expressarem e retratarem sua realidade por meio de vídeos produzidos por eles mesmos e exibidos em praças públicas.

Para além do resultado imediato de fortalecimento da cidadania e da comunicação comunitária, o acervo audiovisual produzido pela TV Maxambomba representa uma preciosidade para o público em geral e pesquisadores da história e da cultura da região, neste sentido, desde 2013, o CECIP vem realizando projetos voltados para a preservação e divulgação das memórias da TV.

A ideia é preservar não apenas a memória social e cultural da região, mas as transformações no modo de lidar com a TV e o vídeo — suportes, ambientes concebidos para veiculação, compartilhamento e interação com o público, fomento à vida comunitária e à participação política através de recursos audiovisuais.

Entre 2013 e 2015, o projeto TV Maxambomba: Televisão Popular e Memória da Baixada Fluminense, uma parceria entre o CECIP e o Programa de Pós-Graduação da FEBF, com financiamento da Secretaria Estadual de Cultura, recuperou e digitalizou parte dos programas, fotos e textos sobre a TV Maxambomba, disponibilizando-os através de um site aberto na internet.

Em 2014, foi contemplado com o prêmio Ponto de Memória (IBRAM/MinC). Atualmente, estão em curso as ações do Ponto de Memórias da TV Maxambomba e os recursos estão sendo investidos na continuidade da preservação e digitalização de acervo, ampliação de acesso, formação de público e divulgação.

Por este rico acervo e destacada contribuição ao desenvolvimento da cultura no estado com o Projeto TV Maxambomba, o CECIP, em 2016, foi homenageado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), com o Diploma Heloneida Studart de Cultura.

Principais ações do Ponto de Memórias da TV Maxambomba:

  • Ampliar o acesso ao acervo que já está disponível, por meio da divulgação nas redes sociais, criação de peças de comunicação e realização de oficinas.
  • Alimentar o banco de dados da Tv Maxambomba, catalogando e indexando novos vídeos, fotos e textos.
  • Continuar a digitalização das produções da TV Maxambomba, para preservar a memória imaterial da Baixada Fluminense.

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Que memória é essa?

A própria origem do nome está ligada ao território que hoje se chama Nova Iguaçu: os “maxambombas” eram os escravos que cultivavam uma sesmaria da Igreja Católica. Mais tarde, uma estação de trem em Nova Iguaçu foi batizada Maxambomba.

As circunstâncias que presidiram as atividades realizadas pela TV Maxambomba foram únicas. Surgida em 1986, em pleno processo de redemocratização do país, ela produziu programas com a participação da população, que eram exibidos ao anoitecer para um público que acorria às praças da Baixada Fluminense para ver a sua própria imagem. Graças à câmera aberta, esse público podia opinar, ao vivo, sobre o que havia visto, num grau de interatividade até hoje não superado. De 1986 a 2000, as produções da TV Maxambomba trataram de questões que estiveram em pauta naquela região, registrando aspectos importantes da cultura dos habitantes de vários municípios da Baixada Fluminense.

A exibição percorria 40 bairros, nos municípios de Queimados, Japeri, Mesquita, Belford Roxo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e São João de Meriti.

Por meio do projeto Repórteres de Bairro, a Maxambomba introduziu jovens às novas tecnologias e os estimulou a se apropriarem da comunicação audiovisual para exprimir sua própria visão das coisas. Foi uma iniciativa pioneira em disseminar a apropriação da linguagem audiovisual por grupos sem acesso às tecnologias comunicacionais. Isso fez com que a TV Maxambomba se tornasse referência para outras experiências em TV comunitária e comunicação popular no Brasil e no exterior.

As imagens da TV Maxambomba estão entrelaçadas com a história e memória da Baixada, que mesmo concentrando quase a metade da população do Grande Rio, permanece pouquíssimo conhecida de quem vive na capital, distante do interesse da grande mídia e praticamente ausente das investigações acadêmicas. A região ainda é vista de forma superficial e preconceituosa.


Resumo do acervo

“TV Maxambomba na praça” — Programas sobre temas diversos produzidos e exibidos mensalmente nos bairros. Na época, a TV passou a conviver mais com os moradores e a se integrar nas comunidades, o que rendeu assuntos para os documentários. Programas especiais acompanharam as lutas dos moradores por melhorias em seus bairros (como A Batalha do Lixo e Meioambientemente).

“TV Maxambomba nas escolas” — Atividades gravadas na época em que as exibições não aconteciam mais exclusivamente nas praças, incluindo escolas públicas, nos projetos Vídeo-Carta, Vídeo-Escola e Botando a Mão na Mídia (BMM). Foram realizados oficinas e programas em escolas na região da Baixada e do Grande Rio (Quissamã), gravados com alunos e professores, instigando os participantes a se expressarem livremente sobre assuntos como saúde, adolescência, sexualidade e drogas.

“TV Maxambomba e a cultura” — Programas produzidos sobre arte, cultura e lazer na Baixada Fluminense. Foram gravados clipes musicais e reportagens realizadas em parceria com diferentes movimentos sociais – negros, mulheres, educadoras de creche, entre outros. No projeto Puxando Conversa, foram gravadas entrevistas com compositores de samba, na época, não reconhecidos pela grande mídia.

Contribuindo Para

O CECIP está conectado à implementação da Agenda 2030, contribuindo para as ODS:

Erradicação da pobreza
Fome zero e agricultura sustentável
Saúde e bem-estar
Educação de qualidade
Igualdade de gênero
Trabalho decente e crescimento econômico
Redução das desigualdades
Cidades e comunidades sustentáveis
Consumo e produção responsáveis
Ação contra a mudança global do clima
Vida na água
Vida terrestre
Paz, justiça e instituições eficazes
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