Imagine o Brasil daqui a 30 anos, com uma população adulta bem-educada e saudável, vivendo em cidades tranquilas, com vastas áreas verdes, participando ativamente da definição e monitoramento de políticas públicas, em um ambiente restaurado e com os piores efeitos das mudanças climáticas sob controle. Esta história futura está sendo escrita coletivamente, agora, por milhares de organizações da sociedade civil no Brasil, incluindo o CECIP Centro de Criação de Imagem Popular, que é uma organização da sociedade civil criada em 1986 por um grupo de ativistas sociais, artistas, educadores, liderado por Claudius Ceccon e que incluía Paulo Freire.
O CECIP é conhecido por suas campanhas e projetos que mobilizam a população em torno de temas como desconstrução do racismo, justiça restaurativa e economia solidária. A organização usa processos democráticos de educação e comunicação para construir uma cultura de paz e sustentabilidade, que empodera mulheres e crianças e aumenta a participação cidadã de base. Alinha-se com agentes sociais que estão dispostos a assumir a responsabilidade por empreender mudanças coletivas.
A forma de trabalhar do CECIP é baseada no pensamento sistêmico. Em um sistema complexo, pequenas intervenções podem alavancar grandes mudanças. A mudança emerge quando o sistema começa a interagir com a intervenção. Estas mudanças, impulsionadas pela participação coletiva – representam a chave para criar transformação.
O CECIP encontrou, na abordagem de Ativismo de Histórias de uma facilitadora e praticante da arte narrativa – a americana Mary Alice Arthur – um recurso poderoso para apoiar seu trabalho.
Essa abordagem reflete os dois pontos de transformação, que levam a mudanças na sociedade – o pessoal, interno, e o coletivo, externo. Como diz Juanita Brown, co-criadora do World Café, em seu prefácio ao livro de Mary Alice 365 (dias)VIVOS! Encontre sua voz. Reivindique sua história. Viva sua vida brilhante.: “[Ele} oferece a oportunidade não apenas de tomar consciência das histórias que contamos a nós mesmos, mas também abre as portas para recuperarmos o poder de nossas histórias, a fim de moldar futuros que afirmem mais a vida – para nós mesmos e para o nosso mundo ferido. Contar, compartilhar e coletar histórias são ações que estiveram e estarão sempre no centro das formas colaborativas de evocar inteligência coletiva e ação sábia em torno dos complexos desafios que enfrentamos como comunidade humana, nestes tempos conturbados”.
O livro de Mary Alice Arthur utiliza o arcabouço do Ativismo de Histórias, que tem muitas semelhanças com a Pedagogia Freiriana do Oprimido, muitas vezes chamada de “Pedagogia da Esperança”. Utilizada nos projetos do CECIP, essa pedagogia expressa uma perspectiva decolonial, construída em anos de prática e reflexão em diferentes contextos culturais ao redor do globo, com foco nas populações cujas histórias foram e continuam sendo escondidas, negadas ou sufocadas.
Marcos do Ativismo de Histórias no Brasil:
- 2021: Formação de um grupo online de Reflexão e Prática baseada no ATIVISMO DE HISTÓRIAS – “365 dias VIVOS”, abordagem da cidadã planetária Mary Alice Arthur, consolidada no livro com mesmo nome.
- 2022: Realização do webinário 365 Dias pelo CECIP, com presença da autora Mary Alice.
- 2023 e 2024 – Tradução para o português, edição e revisão técnica do livro 365 (dias) VIVOS!. Produção gráfica – edição de Arte / Parcerias: Magic RM Comunicação Estratégica; Quijote.