O projeto Cuidado Clima!, desenvolvido pelo CECIP em parceria com a Fiocruz, é uma iniciativa no sentido de informar, preparar e mobilizar a população brasileira para enfrentar a catástrofe climática em curso, que atinge com intensidade maior a imensa maioria de pessoas mais pobres, em especial as negras e indígenas. Prevê a criação de materiais socioeducativos que serão disseminados junto a escolas, unidades de saúde e comunidades organizadas, com três grandes objetivos:
- Promover a compreensão das causas econômicas, sociais e culturais da presente situação;
- Incentivar a união de forças e a criação de redes colaborativas para adaptar e mitigar as consequências das mudanças climáticas;
- Convidar as pessoas a perceberem, na crise sistêmica global, a oportunidade de passarem a exercer uma cidadania ecológica e de construir coletivamente experiências que resgatem o senso de pertencimento, de interdependência entre tudo e todos, e de responsabilidade para com o planeta, imaginando futuros em que uma biocivilização seja possível.
O projeto prevê a produção de 8 programas em vídeo e uma publicação que, inspirada no livro Cuidado Escola! (Idac, 1980), referência em formação de educadores no Brasil, também utilizará ilustrações de Claudius Ceccon acompanhadas de textos concisos para provocar reflexão e ação transformadora.
Cada programa trará uma abordagem temática, apresentando o diálogo entre dois pesquisadores(as) e/ou pensadores(as) e uma experiência prática de enfrentamento às mudanças climáticas nos diferentes biomas brasileiros.
São estes os oitos eixos temáticos da série de vídeos e do livro Cuidado Clima!:
- Colapso climático
- Justiça climática e racismo ambiental
- Biomas e sociobiodiversidade
- Saberes originários e tradicionais
- Uso de energia e da terra
- Do corpo-território ao território-corpo
- Movimentos sociais
- Educação para o bem-viver
Não é sobre conscientizar. É sobre co-mover. Em vez de paralisar-se diante das mudanças climáticas, mover-se com o outro. É sobre convidar as pessoas a esquecer o medo e abraçar a coragem, à beira do abismo. Sobre repercutir o grito da Mãe Terra e da Vida que ela gerou, para que suas filhas e seus filhos a vejam, a escutem, a respeitem e se curem. E ao se curar, a curem.
É um convite a, em vez de resistir, lutar ou fugir, adotar a atitude de quem dança com as mudanças que aí estão, e que vão se tornar cada vez mais impactantes em todos os territórios. Dançar é mover-se com o outro, com os vizinhos (“quem está ao seu lado é seu melhor aliado”), em sintonia com elas e eles e com o ambiente do qual todos fazemos parte. É aprender a nos interconectar em redes colaborativas humanas, e a fluir como as águas, descobrindo as frestas por onde passar, e redescobrindo-nos seres biológicos, vivendo sociobiologicamente.
Nossos guias nesse aprendizado são os povos originários, que estão experimentando o colapso há mais de 500 anos. Eles nunca se sentiram separados da Natureza, nunca a renegaram, sobreviveram e cresceram. Nos ensinam a parar de sonhar distopias e fins de mundo, recuperando a capacidade de sonhar utopias, princípios de outros mundos.
Tecer juntos histórias de Vida e Cuidado.
Cuidado Clima! Cuidar do clima é cuidar de nós é cuidar do clima – eis o movimento circular que devemos aprender a dançar, coletivamente.




































