“Toda criança é cidadã”. “A criança tem opiniões relevantes e pode participar da tomada de decisão nos mais diferentes espaços”. “Adultos, atuando como mediadores e com metodologias adequadas, podem escutar e aprender com as crianças ”. Princípios como estes, contidos em textos legais como a Declaração Universal dos Direitos da Criança (ONU, 1959) e Estatuto da Criança e do Adolescente (Brasil, 1990) transformaram-se práticas, no II Seminário A criança e sua participação na cidade. Leia aqui, mais informações sobre o evento.
Bate-papo: cidade pelas crianças
Conheça as crianças que contaram suas experiências de participação em diferentes contextos.
Franz Alexander e a Camila Vela, moradores de Iquitos, no Peru, fazem parte da INFANT – Instituto de Formación de Adolescentes y Niños Trabajadores, mostraram como, por meio de estratégias simples, criadas por uma associação de crianças em parceria com adultos, eles conseguiram diminuir drasticamente os casos de violência familiar e zerar os casos de afogamento dos pequenos no rio que corta a cidade.
“Para melhorar o mundo os pais não devem maltratar as crianças, porque os pais que maltratam seus filhos são muito maus.E também dizer que com ternura e amor se educa melhor”. Camila (tradução livre)
“Em primeiro lugar quero dizer aos pais e a todo mundo que é possível educar sem violência e sim com diálogo, com abraço, com o amor que uma criança merece”. Franz (tradução livre)
As crianças de Maguinhos, Alice Eleotério, o Diogo e o Renan Silveira, fazem parte do Projeto Portinari e também, falaram sobre suas ideias de transformação.
“Eu fechava os canais de esgoto, pra não ficar com mal cheiro. Mandava os carros do lixo ir lá (em Manguinhos), porque lá fica muito lixo acumulado, fica até com mal cheiro na comunidade. Eles não vão, aí tem que queimar [o lixo] e fica com o maior cheiro ruim.” Renan
Yasmin Pereira, pôde compartilhar suas experiências enquanto líder em sua comunidade. Ela contou suas atividades como é coordenar uma equipe de 30 pessoas, entre adultos e crianças, que são responsáveis pelas atividades culturais do Museu do Homem Cariri, no interior do Ceará.
“As crianças querem dizer muita coisa, querem dizer pra melhorar o lugar delas brincarem. Lá em Nova Olinda, como é mais calmo, então a rua também, é como um lugar de brincadeira, a Casa Grande também. Então, eu acho que as crianças querem dizer assim: “eu quero um espaço para mim”. Yasmin
A Ana Isabel e a Yasmin Carvalho, da Fundação Xuxa Meneghel, do Rio de Janeiro mostraram como, usando a arte, mobilizaram outras crianças para resgatar uma área de proteção ambiental abandonada pelo poder público no bairro de Pedra de Guaratiba.
“Tem uma lei comprovando que lá (em Pedra de Guaratiba) tem um parque, mas na verdade, quando a gente chega lá parece que é um lugar abandonado, porque tem bastante lixo e essas coisas. Então, nós queremos tirar o lixo e transformar em um parque de verdade.” Ana Isabel