Uma comitiva internacional da Organização Save The Children visitou a sede do CECIP em novembro, antes da participação do grupo no G-20 social, evento que reuniu a sociedade civil organizada para debater temas pautados por movimentos sociais e organizações não-governamentais (ONGs). O objetivo da visita foi estreitar a parceria e conhecer de perto as iniciativas da Rede Não Bata, Eduque, movimento essencial na prevenção de castigos físicos e psicológicos durante a infância e a adolescência no Brasil.
A diretora financeira do CECIP, Dinah Frotté; a coordenadora de projetos Gianne Neves; a coordenadora da Rede, Soraia Melo; a educomunicadora Tati Martins; e a jovem mobilizadora Ana Carolina (Lina) foram as anfitriãs dessa troca de conhecimento e experiências. O grupo compartilhou informações sobre iniciativas fundamentais para a promoção e garantia dos direitos de crianças e adolescentes, como o “Criança e Direitos” e o “Participa!”.
Soraia explicou os eixos de atuação e o papel da Rede Não Bata, Eduque, destacando como esta foi pioneira ao defender uma educação sem violência, envolvendo o sistema de garantia de direitos para prevenir os abusos.
“A Rede surgiu em 2006 e atualmente o CECIP está à frente da secretaria executiva. A Rede atuou na tramitação do projeto de lei que deu origem à Lei Menino Bernardo, e nos dedicamos a formar e informar, por meio de ações sensibilizadoras que promovam uma educação sem violência. O objetivo principal é mobilizar e sensibilizar a população para o tema, ainda naturalizado por grande parte da sociedade brasileira”, reforçou Soraia Melo, que apresentou a trajetória da Rede aos convidados, defendendo a importância da qualificação da escuta infantil no atendimento a esse público”, reforçou Soraia Melo, que apresentou o caso do Menino Bernardo aos convidados, defendendo a importância da qualificação da escuta infantil no atendimento a esse público.
Em seguida, Tati apresentou a formação dos jovens mobilizadores, exibindo os programas no YouTube “De Jovem pra Jovem” e “Conversa entre Gerações”. Ela mostrou como o grupo se organiza para marcar presença em espaços de poder, inserindo os direitos da juventude na pauta do poder público. A jovem mobilizadora Lina contribuiu com a apresentação, revelando o sentimento de participar dessa iniciativa e o que move o grupo.
O portfólio da Rede (https://sites.google.com/cecip.org.br/portflio-redenbe) serviu como documento guia para as apresentações. Depois da Rede e das metodologias de participação serem apresentadas, foi a vez dos projetos “Criança e Direitos” e do “Participa!”.
Enquanto o primeiro é destinado à prevenção das violências, em especial no ambiente intrafamiliar de crianças de 0 a 6 anos, o segundo é uma plataforma online que traz uma sistematização de ferramentas de participação por meio de atividades e projetos para crianças e adolescentes.
No “Criança e Direitos”, profissionais da rede de atendimento e operadores do Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes participam de oficinas nas quais são abordadas a importância dos Planos pela Primeira Infância na perspectiva da promoção, proteção e controle dessas violências nos estados do Sudeste. Além disso, a iniciativa prevê ações diretas de prevenção das violências no âmbito da capital do Rio de Janeiro, em especial nas regiões do Centro, Grande Pavuna e Zona Oeste. Por meio do projeto, a Rede mantém ativa a mobilização pelos 10 anos da Lei Menino Bernardo ao longo do ano.
“Ampliar a perspectiva da prevenção nos Planos Estaduais pela Primeira Infância com o intuito de fortalecer o papel protetivo das famílias é urgente, uma vez que, no Brasil, em 8 a cada 10 casos de violência contra crianças de até seis anos, os agressores são parentes próximos, conforme pesquisa. Segundo dados do Disque 100, 84% das agressões contra crianças na primeira infância têm pais, padrastos, madrastas ou avós como suspeitos”, comentou Soraia.
Pela primeira vez no Brasil, Rotimy Djossaya (Benin), chief impact and influence da Save The Children, expressou sua admiração pela parceria:
“Estou muito orgulhoso do comprometimento dos profissionais envolvidos nesses projetos. Entre os fatores que mais chamaram minha atenção foram os jovens mobilizadores e como assumem um papel protagonista, agindo com criatividade e inovação. É fundamental ter projetos como estes que garantem o acesso a ferramentas de mobilização, garantindo que crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social sejam ouvidos”, disse.
A parceria entre o CECIP, a Rede Não Bata, Eduque e a Save The Children reforça a importância do trabalho em conjunto na promoção dos direitos de crianças e adolescentes em uma luta que é de todos nós!
