Há dez anos Coutinho nos deixou. Há quase quarenta anos, um grupo de amigos decidiram juntar seus talentos, criar o CECIP e enfrentar os tantos problemas que afetam o Brasil: além da saúva, a ignorância, a desinformação, as narrativas falsas, essas que pintavam o Brasil ora como uma terra sem
males ora como um país destinado ao atraso eterno. Era um grupo incrível, mas, ao longo dos anos, percebemos que houve algo excepcional, o encontro de Paulo Freire e Eduardo Coutinho. Cada um do seu jeito, eles nos ensinaram a ouvir. Ouvir a todos, com empatia, com respeito, procurando entender suas razões, antes de dizer qualquer coisa. Como disse Coutinho, “Só se pode subverter o real, no cinema ou alhures, se se aceita, antes, todo o existente, pelo simples fato de existir”. Saudades do Coutinho!
Foto da capa do livro de Carlos Alberto de Mattos AS SETE FACES DE EDUARDO COUTINHO São Paulo: Boitempo: Itaú Cultural: Instituto Moreira Dalles, 2019