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Arte + Juventude: oficina de fotografia reúne jovens da Rocinha

Foi um sábado diferente o da oficina de fotografia no Centro de Artes Calouste Gulbenkian promovida para a turma do projeto Jovens Repórteres de Bairro da Rocinha. Eles chegaram cedinho e puderam contemplar o coração da cidade um pouco mais calmo, sem tanta gente na rua. Do alto, o relógio da central; de baixo, a Avenida Presidente Vargas, com veículos e pedestres que se cruzavam sob as fileiras de arranha-céus. Para quem vive do outro lado da cidade, ou mesmo num único território, esta oportunidade vira um passeio cheio de descobertas e conhecimentos.

Já no Calouste, depois de um café da manhã coletivo, os jovens repórteres visitaram algumas instalações de arte espalhadas pelo prédio e foram apresentados à agenda do dia, com atividades das 9h às 17h. A oficina foi conduzida pela fotógrafa Clara Dias, que passou pela Oi!Kabum e possui um trabalho autoral de registro afetivo e documental em terreiros. A primeira parte do encontro foi voltada aos conhecimentos básicos da linguagem fotográfica. E na segunda, foi proposta experimentação prática de sensibilização do olhar fotográfico.

Clara explicou que a fotografia, sendo uma expressão artística, carrega em si uma gama de liberdade, criatividade e imaginação. E que ângulos, formas e cenas são enquadrados a partir de um ponto de vista único de quem está por trás da câmera. Ela apresentou conceitos e depois convidou a turma, com cerca de 10 participantes, a colocar a mão na massa.

Juntos, eles percorreram o campus do Calouste e fotografaram livremente. O resultado foi uma coleção de composições visuais sob o olhar de uma juventude que consome muitas imagens o tempo todo e tem poucas pausas para contemplar presencialmente.

André Luís Castro, de 17 anos, foi um dos participantes do encontro. Para ele, a bagagem dessa experiência foi de aprendizado:

“Muito bom ter aprendido mais sobre ângulos, formas, movimentos, maneiras de tirar umas fotos diferentes”, disse.

Colega de turma de André, o jovem Thomas Santos, de 17 anos, também saiu satisfeito da programação. Para ele, que segue uma religião de matriz africana, a oficina possibilitou um reencontro com sua ancestralidade:

“Através do trabalho da Clara, baseado em imagens de infância em terreiros, me conectei com minha mãe Oxum e tive um dia de muitas conexões e integração. Além disso, as dicas nos dão oportunidade de fazer uma foto diferenciada, por outros ângulos”.

Segundo Daniela Tafuri e Noale Toja, educadoras e mobilizadoras do CECIP, a ideia é que essas fotos façam parte de uma exposição multimídia de encerramento de projeto, no início do segundo semestre.

O “Jovens Repórteres de Bairro” é uma realização do CECIP, no âmbito do Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro, com apoio da Fiotec e Fiocruz. Desde novembro, cerca de 20 estudantes do Ciep Ayrton Senna vêm trocando saberes em oficinas de comunicação e mídias, com foco em saúde integral. A inspiração vem do projeto “Repórter de Bairro”, da TV Maxambomba, que, nos anos 80 e 90, formou comunicadores na Baixada Fluminense, pautando temas sociais nas entrevistas com os moradores. Desta vez, a Rocinha é o palco das atividades, que tem o intuito de promover o acesso a direitos fundamentais, como o direito à saúde.

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