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Rocinha Pela Vida e os 40 anos do CMS

No dia 29 de julho, moradores, profissionais de saúde e lideranças comunitárias celebraram juntos os anos de luta e conquista de cidadania e saúde na Rocinha. Há 40 anos, o CMS era inaugurado. E, para marcar a data e a finalização do Projeto Rocinha pela Vida, o Museu Sankofa – Memória e História da Rocinha e o CECIP promoveram uma exposição em homenagem aos mutirões, que tiveram um papel decisivo para a instalação do Centro Municipal de Saúde (CMS) Dr. Albert Sabin e demais melhorias relacionadas à Saúde na comunidade. O evento, que também contou com projeções de filmes e debates, foi realizado na quadra da rua 1, na Estrada da Gávea, ao lado do CMS.

Dona Maria de Araújo mora na Rocinha há 54 anos, foi agente comunitária de saúde (ACS), e marcou presença no encontro.

“Antigamente, descíamos até a bica das almas, região onde hoje é o metrô para pegar água para crianças e famílias residentes do Laboriaux. Subíamos com latas na cabeça. Muitas crianças morriam porque tomavam água suja e ficavam doentes. Era muita desnutrição e contaminação. Uma realidade que foi mudada através de muita luta. Por isso, depois do tanto que sofremos para conseguir o que temos hoje, é triste demais ver que voltamos passos atrás com pessoas aqui, neste ano de 2022, passando fome”, revelou a moradora, acrescentando que a rede de ajuda que ela via no passado ganha novos contornos em solidariedade aos que estão vivendo hoje uma situação de miserabilidade. 

Maria de Araújo confere exposição e lembra realidade de anos atrás

Muitos representantes dessa rede participaram da programação como ouvintes ou convidados. Todos que chegavam eram recebidos por voluntários, que distribuíram máscaras faciais de tecido e álcool em gel. A abertura ficou por conta da apresentação de jovens da comunidade que compuseram o Rap da Saúde. Teve também exibição de documentários gravados nos anos 80 e 90, com depoimentos das gestoras do CMS. E ainda a realização de três mesas-redondas para dialogar desde a memória de lutas históricas aos movimentos locais que atuaram durante e no pós-pandemia. 

A primeira mesa, intitulada “A conquista dos Direitos Fundamentais na Rocinha – Saúde e Cidadania através de lutas históricas”, foi composta por representantes da Escola de Samba Acadêmicos da Rocinha e da União Pró-Melhoramentos dos Moradores Da Rocinha. Alexandre Pereira, da Acadêmicos, e Condy Ximenes, representante da Associação, ressaltaram em suas falas a importância da organização e da perseverança em prol das melhorias. 

Já a segunda mesa foi formada por moradores que vivenciaram os momentos de mobilização dos mutirões de limpezas e canalização das valas dentro da Favela da Rocinha: Dona Antônia Emiliano, ex-agente de saúde e membro do Centro da Mulher Favelada e Periférica (CMUFP); Luiz Fernando e Carlos Augusto, fundadores do Centro Social de Educação e Cultura da Rocinha (CSECR); José Martins, do Rocinha sem Fronteiras e Museu Sankofa da Rocinha; e Maria Helena Carneiro de Carvalho, ex- coordenadora de área na Secretaria Municipal de Saúde e integrante do Museu Sankofa, foram alguns dos componentes, ao lado do geógrafo e co-fundador do Museu Sankofa, Antônio Carlos Firmino, que atuou como mediador. 

Maria Helena: liderança respeitada e reconhecida

“Estes mestres que vivenciaram e lutaram pela Vida na Rocinha merecem todas as nossas reverências. Se no presente temos direitos humanos e básicos é porque houve luta, mobilização e organização no passado. Para nós, que somos moradores de favela, nada nos foi dado, foi conquistado. Frase da época “Da limpeza das Valas Veio a Saúde”. Viva o SUS!”, comentou Firmino. 

Na terceira mesa, Gianne Neves, coordenadora de Projetos do CECIP; Richarlls Martins (Fiocruz); Magda Gomes (Rocinha Resiste) e Marcelo Burgos (PUC-Rio) contribuíram com o debate sobre os projetos e ações locais para o enfrentamento da Covid-19. Após a discussão, todos foram convidados a cantar um parabéns animado, com direito à um bolo generoso e temático em razão dos 40 anos do CMS.

Gianne Neves: parceria do CECIP com o Sankofa vem de longa data

Após sete meses de atuação, o Rocinha pela Vida, projeto do Museu Sankofa em parceria com o CECIP, fecha um ciclo de trabalho em prol da informação e saúde. O balanço é de seis lives realizadas, todas com temas voltados para a promoção da saúde e da vida; circulação de banners e cartazes para combater a desinformação; carro de som divulgando mensagens de prevenção por diversas áreas da comunidade; e uma equipe potente de voluntários para ajudar a disseminar os materiais informativos. 

Lembrando que esta iniciativa foi possível graças à Lei 8972/20, de autoria da deputada Estadual Renata Sousa; ao empenho financeiro da Alerj; e à parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, que propôs o edital e assumiu a sua gestão.

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