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CECIP na Unesco

No início do ano, o CECIP foi surpreendido por um convite do Diretor da Divisão de Ensino, Aprendizagem e Conteúdo da Unesco, Son–Hyang Cho. Estávamos sendo convocados a contribuir, com nossa expertise, no II Fórum sobre Educação para a Cidadania Global: Construindo Sociedades Pacíficas e Sustentáveis, preparando o pós 2015.

Nossa organização havia sido indicada à Unesco pelo DEEEP Cidadãos pelo Empoderamento Global, um projeto do Fórum DARE da CONCORD, a Confederação Europeia de ONGs pela Sustentabilidade. E assim, entre 28 e 30 de janeiro de 2015, nos misturamos a lideranças educacionais da sociedade civil e de governos de 62 países, na sede da Unesco em uma Paris fria e ainda traumatizada pela tragédia que a atingira no dia 7 (o ataque mortífero ao jornal de humor Charlie Hebdo e, depois, a um supermercado). Nossa representante, Madza Ednir, havia coordenado o projeto Currículo Global para a Sustentabilidade entre 2010 e 2012 e levou ao Fórum da Unesco a experiência acumulada pelo CECIP em quase 30 anos de ações inovadoras no campo da comunicação e da educação escolar e popular, promovendo a uma cidadania crítica, ativa e transformadora, tanto no nível local quanto no global.

O evento ocorreu no momento em que a Unesco realizava, em todas as regiões do mundo, consultas preparatórias ao Fórum Global de Educação, que irá realizar-se na cidade de Incheon, Coréia do Sul, em maio. Este Fórum será mais um marco do Movimento Educação para Todos, lançado na Conferência de Jomtien, Tailândia, em 1990. As metas do Movimento, aprovadas naquela ocasião, foram divulgadas em todos os países, e o CECIP fez o mesmo no Brasil, em parceria com o MEC e o Unicef, com os livros Todos pela Educação, um desafio para dirigentes, Todos pela Educação, um desafio para cidadãos e o livreto Lugar de Criança é na Escola. O compromisso dos governos e da sociedade com a Educação para Todos foi retomado em Dakar, Senegal, no ano 2000. Quinze anos depois, chefes de Estado, ministros, organizações da sociedade civil, especialistas, imprensa e agências das Nações Unidas estarão reunidos outra vez para um novo balanço.

O Fórum da Unesco tinha como objetivo principal estabelecer algumas diretrizes relativas à Educação para a Cidadania Global, que pudessem alimentar as discussões da do Fórum Global de Incheon sobre um dos parágrafos do Quarto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Agenda pós-2015: “Assegurar a educação inclusiva e justa qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”. Trata-se do parágrafo 7º, em que a educação para a cidadania global é mencionada como uma das estratégias para possibilitar a todos os aprendizes construir conhecimentos e habilidades necessárias para promover a sustentabilidade local e planetária.


Como realizar uma Educação para a Cidadania Global?

Madza Ednir celebrando o final da missão CECIP na Unesco-Paris.

O foco das plenárias e trabalhos em grupo foi como realizar uma Educação para Cidadania Global em um mundo dividido por tantas guerras e ferido por tanta violência. Irina Bokova, diretora geral da Unesco, ressaltou que nosso mundo precisa de uma educação holística, que vá além da escola e forme cidadãos globais, promovendo a aproximação de culturas pela compreensão, pois as crianças são as maiores vítimas do extremismo e da intolerância. Muitos exemplos emergiram, e foi emocionante ouvir depoimentos de pessoas engajadas no esforço de construir a paz em cenários como os da Palestina e da Nigéria – ou mesmo na Colômbia, representada pela secretária de Educação de Bogotá, que apresentou o projeto “Somos a geração da paz”.

O papel dos jovens para a mudança da forma de se fazer educação e na construção da cidadania local e global foi muito enfatizado. Vários jovens líderes falaram na plenária, como Amina Yahyaoui, premiada por sua atuação pela paz na Tunísia depois da Primavera Árabe (2011), que relembrou a importância de não apenas educar as crianças e jovens mas também seus pais e mães, e Rollando Villamero, que lidera uma iniciativa pela educação global nas Filipinas.

Foi inspirador ver o nome de Paulo Freire ecoar tantas vezes. Em uma mesa-redonda coordenada pelo nepalês Min Bista, representante da Unesco na Tailândia, sobre aprendizagem da língua materna em contextos neocoloniais, nosso mestre revelou-se a principal referência dos europeus, norte-americanos e africanos presentes.

Algumas das apresentações do Fórum estão disponíveis online (em inglês): clique aqui para ler.


A visão do CECIP sobre Educação para a Cidadania Global foi apresentada na Jornada Educasol, organizada pela Associação de Professores Franceses — “L’Education à la Citoyenneté et à la Solidarité Internationale: Une nécessité sociale” (“A Educação para a Cidadania e a Solidariedade Internacional: Uma necessidade social”). Participaram também do evento Eno Nakamura, diretora da organização japonesa Development Education Association e Resourse Center, e M. Cheikh Mbow, da Cosydep do Senegal, que falaram sobre como suas entidades disseminam a abordagem da educação para a cidadania global em seus países (as apresentações em inglês estão disponíveis no site, na seção “Materiais”).

Todos saíram fortalecidos do encontro, levando para seus países uma esperança renovada no poder das conexões internacionais para reforçar mudanças em nível local e global.

Leia a apresentação A Brazilian view on Global Citizenship Education.

 

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