Em parceria com a Nexa Resources, o CECIP promoveu o NEXA Jovem Laboratório de experimentação em arte e tecnologia e intervenção artística, com adolescentes e jovens residentes nos bairros de Igrejinha e Benfica, em Juiz de Fora/MG.
O objetivo foi despertar o sentimento de pertencimento dos adolescentes e jovens com relação ao espaço onde vivem, criar ambientes e situações de autoconhecimento e evidenciamento da cultura local, mobilizando o grupo a pensar outras realidades possíveis.
Durante as oficinas os participantes, a partir de noções de educação patrimonial, acessaram memórias, práticas, emoções e sensações ligadas às suas realidades e afetos, tendo a arte e a tecnologia como mediadoras dessas relações, com compromissos éticos e estéticos, para atuação cidadã desses adolescentes e jovens.
Contexto
Na vida contemporânea, as tecnologias digitais, sobretudo os celulares e as variedades de aplicativos criam relações, produzem e difundem cultura e conhecimento, criando outras linguagens e jeitos de se comunicar. Os usos dessas tecnologias, democratizam os meios de comunicação e de produção de conhecimento. Esse movimento revela as possibilidades de agenciamentos autônomos por parte da população, sobretudo os adolescentes e jovens que nasceram nessa era digital, se apropriando dessas tecnologias como mais uma linguagem. Contudo ainda se faz necessário conversas acerca da ética, da estética como uma ação política com o uso desses meios, ao mesmo tempo evidenciar a potência que existe nessas relações entre os artefatos tecnológicos e seus usuários adolescentes e jovens, criando linguagem própria e aproximações pelas redes sociais.
A arte é um desses movimentos que favorecem a democratização dos usos de artefatos tecnológicos como os celulares. Tanto quanto produção artística como publicização de expressões singulares das juventudes brasileiras.
Sobre a Nexa
A Nexa Resources é uma das maiores mineradoras de zinco do mundo, além de produzir cobre e chumbo. Atua há mais de 60 anos nos segmentos de mineração e metalurgia, com operações localizadas no Brasil e no Peru e escritório em Luxemburgo, fornecendo seus produtos para todos os continentes do mundo. Seus colaboradores atuam, todos os dias, focados na construção da mineração do futuro, para ser cada vez mais sustentável, inovadora e com as melhores práticas de segurança e respeito às pessoas e ao meio ambiente. Desde 2017, suas ações são negociadas na Bolsa de Valores de Nova York, sendo seu acionista majoritário a Votorantim S.A. Para mais informações sobre a Nexa, acesse o nosso site.
Do laboratório de experimentação em arte e tecnologia
Serão realizadas oficinas de arte e tecnologia com 60 adolescentes e jovens, moradores de Igrejinha e de Benfica, regiões de relacionamento direto da Nexa em Juiz de Fora.
Nos meses de agosto e setembro os participantes experimentarão as linguagens de fotografia com celular, vídeo experimental, projeção, stencil, grafite e práticas de TV comunitária, na metodologia que estamos chamando de imersão. As imersões acontecerão em um encontro a cada mês aos finais de semana (quinta, sexta e sábado).
Ao longo dos 2 meses, disparados pelas imersões, os grupos de adolescentes e jovens terão o acompanhamento semanal com mediadores estudantes de artes visuais, fotografia, audiovisual, design gráfico e música, com a intenção de aproximar a academia das experiências e construções coletivas com a Comunidade e buscar o aprimoramento dos trabalhos junto com os participantes.
No mês de outubro os participantes terão contato com atividades de produção cultural, curadoria e montagem de dois mini eventos, um por bairro, como um preparatório para o evento final. E no mês de novembro será realizado com a produção dos participantes, beneficiários do projeto, um evento de Intervenção artística como culminância.
Duração do projeto no campo (4 meses)
Oficinas Desenvolvimento de projetos Intervenção artística
Oficinas de experimentação
Fotografia com celular com experimentações de outros ângulos, lentes e materiais acoplados aos celulares.
Vídeo experimental com projeção com micro-narrativas cotidianas inspiradas na mobilidade que o dispositivo proporciona produzindo conteúdos para projeção.
Narrativas sonoras com criação de narrativas a partir de pesquisa sonora nos espaços de convivência e aplicativos de celulares.
Stencil com produção de lambe e projeção de luz e sombra.
Grafite com interferência em objetos encontrados na comunidade e/ou outras superfícies nos bairros.
Intervenção artística
Eventos de intervenção – 2 mini eventos testes (um em cada bairro) e um evento de culminância de finalização dos projetos desenvolvidos pelos adolescentes/jovens com a articulação entre os bairros.
Formação com equipe local
Visando a articulação com instituições de representatividade popular nos bairros de Igrejinha e Benfica, identificaremos 2 (dois) profissionais para atuarem no apoio de articulação, divulgação, produção cultural e de campo, e logística em cada bairro, por 5 meses, a partir de julho.
Buscando articulações com a Universidade Federal de Juiz de Fora e outras faculdades locais com cursos de comunicação, artes visuais e música, serão identificados seis jovens estudantes universitários mobilizadores, preferencialmente moradores dos bairros atendidos, Cada universitário receberá uma bolsa durante quatro meses, a partir de agosto. Assim será formada a equipe local em cada bairro, 1 profissional que atuará na produção e 3 estagiários, mediadores universitários.
A equipe do CECIP fará a formação de educomunicação popular para a equipe local, que por sua vez será responsável em fazer as atividades semanalmente com os adolescentes nos dois bairros. A equipe do CECIP fará reuniões online semanais de monitoramento e planejamento com a equipe local, preparando as atividades a serem desenvolvidas nos bairros. Uma vez por mês, os consultores do CECIP estarão presencialmente nos encontros para a formação continuada da equipe local, fazendo também nessas viagens ações diretamente com os participantes nos bairros.
Equipe CECIP
Dinah Protásio Frotté Educadora (UFRJ, 1977), com especialização em gestão de projetos sociais, culturais e ambientais. Em sua experiência como Diretora do CECIP.
Gianne Neves Doutora em Ciências Sociais (PUC-Rio, 2021) com Doutorado-Sanduíche na University of Illinois Urbana-Champaign, pelo Programa Abdias Nascimento (CAPES). Formação nas áreas de educação e comunicação ainda na adolescência participando do Projeto Repórter de Bairro, realizado pela TV Maxambomba, TV de Rua da Baixada Fluminense.
Noale Toja Doutora em Educação, Cinema e Cotidianos pelo (UERJ, 2021). Coordenadora do Projeto Oi Kabum!Lab – Laboratório de Cultura Digital. Atua nas áreas de Educomunicação e cultura Popular iniciada pela TV Maxambomba, 1994-2000) e outras ações que utilizam a metodologia de tv comunitária.
Luiz Carlos Lima Silva Radialista. Orientador do Laboratório Horizontes na Oi Kabum!Lab. Supervisor de laboratórios e Educador na Praça do Conhecimento – Escola de Arte, Cultura e Tecnologia, situada no Complexo do Alemão). Coordenou o Núcleo de Audiovisual da Casa da Ciência da UFRJ. Atuou em gravações com Eduardo Coutinho e Marcelo de Paula. Fez parte da equipe da TV Maxambomba na articulação comunitária, captação de áudio e exibições em telão nos bairros.